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Publicado por: Eduardo Wagner | dezembro 14, 2007
Parto em Cuba
Publicado em Saco de Gato | Tags: cuba, fidel castro, hugo chavez, venezuela
idealismo de buteco 
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By: http://busca.meaviso.net on dezembro 18, 2007
at 3:13 pm
HUGO CHAVES FRIAS não é filho de Fidel Alejandro Castro Rus; Chaves é filho da resistência. Talvez seja cedo para que a história o veja como Líder do Povo mais sofrido da Venezuela. Daqui a cem anos talvez a humanidade perceba que Chaves não faz continências e muito menos se ajoelhar ao pés do Condor da Casa Branca.
By: JOSE S SILVA on abril 29, 2008
at 10:28 pm
Amigo, o Hugo Chaves tinha tudo para tranformar o pais em um pais prospero, com distribuição de renda e erradicação da pobreza no emtanto veja como esta a Venezuela megulhada no caos se comtinuar desta forma daqui a cem anos a Venezuela não mais existirá; Seria muito bom que a Venezuela deixase de se preocupar com os Estados Unidos e cuidasse do seu povo.
By: Naldo on abril 4, 2010
at 11:41 am
Que engraçado
By: Loya on junho 18, 2008
at 12:23 pm
nossa muito legal essa foto
mas oque que quer dizer com essa foto?
By: valeria on agosto 10, 2008
at 3:23 pm
Quer dizer que o pseudo ditador da Venezuela é cria do Ditador de Cuba…
By: Eduardo Wagner on agosto 10, 2008
at 4:24 pm
Q bobeira vcs nao tem o q fazer nao?
By: Angelina on setembro 8, 2008
at 3:27 pm
Gostei muito !!!!!Que legal.Émuito engraçado.
valeu…!!!???/
By: ingrid mourao on setembro 17, 2008
at 10:32 am
Vcs tiveram uma idéia super legal pazer essa foto
Adorei!!!!!!!
Vcs sam demais!!!@@???.
By: ingrid mourao on setembro 17, 2008
at 10:36 am
ABSURDO!!! Percebo que não conhecem CUBA e que nada sabem sobre as tecnologias, a sabedoria da medicina cubana, que nossos países da américa latina as mães morrem no parto, crianças com paralisia cerebral por falta de oxigenio e/ou médicos que querem recursos financeiros e sem proposta de cuidar da saúde do povo. Tampouco vocês conhecem a proposta de saúde pública da Venezuela, onde filhos de trabalhadores tem acesso ao curso de medicina e médicos que vão aos bairros pois os médicos venezuelanos, como quase todos do mundo inteiro, querem R$, carro, apartamento, viagens, saúde para todos e qualidade de vida!!!! Acho que ouviram falar no dia da FORMATURA, pois fizeram um JURAMENTO que pode ser considerado TRAIDORES do povo, pois poucos fazem juz!!!!
RESISTÊNCIA, CORAGEM, OUSADIA, LUTAR PELO POVO, tenho visto poucas experiências mundiais, uma delas é cuba, outra é a venezuela, que conheci pessoalmente e mais….. não esqueçamos dos meios de comunicação como este que relata absurdos e que assim como vocês que criaram estas imagens não tem noção ou devem estar sendo financiados e recebendo R$ para que nós povo, continuemos nesta cegueira!!!!
Saudações Cubanas e Venezuelanas!
Viva Fidel e Viva Chavez!!!!
By: Luciméia Gall Konig on setembro 17, 2008
at 12:01 pm
Sabe o que o Fidel pode fazer para que Cuba volte a ser Cuba?
deixar o povo livre.
By: Naldo on abril 4, 2010
at 11:49 am
Meu amigo, definitivamente você não entende de ironias….
Tenho o maior respeito por Fidel, só que eu acho que o Chavez é apenas uma cópia sem graça, carisma, força e extremamente caricata do comandante cubano. Populista acima de tudo.
Tão pouco critiquei a proposta de saúde, emprego, estudo e etc…..
Aprenda a aceitar ironias e piadinhas. Não leve a vida tão sério. Descontraia-se, ria, afinal revoluções também se fazem com bom humor.
By: Eduardo Wagner on setembro 17, 2008
at 12:19 pm
Não devemos levar a vida tão a sério mesmo, pois as desigualdades sociais são coisas que o estado cria, e isso não tem nada haver comigo… papai noel passou pela Itiópia e não deixou nenhum brinquedo, criança que não come não merece brinquedo. Tu compreende que essa ironia tem a mesma conotação: Tu deverias ter mais atenção o que ocorre nesse teu mundo. Mas que coisa é só mais uma piadinha – 2000 mil crianças morrem de fome no mundo por dia Nenhuma é Cubana.
By: Fabiano on setembro 17, 2008
at 8:01 pm
QUE bonito estas piadas de Fidel Castro e de Hugo Chavez vesse que são pessoas que nunca foram a Cuba nem á Venezuela e não têm conhecimento do que escrevem
By: landan on setembro 29, 2008
at 8:11 pm
pow gente,tipow,maldade neh,pois o país de Cuba é tão lindo,e não como Cuba mais outros países,vcs tem q valorizar esse país,tah ligadu,vcs tem q respeitar esse país e o Hugo e o Chaves tah ligadu,pois se fosse compara Cuba com Brasil é claro q o Brasil humilha mais não vamos humilha mt neh,por q a vida é pra viver,não pra morrer com no Brasil,os kra só pensam em maconha,sexo,masturbação,tah ligadu,aí é q tah a morte…vms viver a vida entendeu,pois a vida é a vida tah ligadu pivete…
então valorize!!!
By: Jestrudes on outubro 18, 2008
at 3:40 pm
esta boeda fixe
By: sandra on outubro 23, 2008
at 7:04 pm
A principio não tinha entendido direito ( devo estar ficando cego, deve ser a idade), mas, depois do depoimento da Jestrudes, que nome lindo, me deu vontade de comentar ( a foto, não o nome), de uma orinalidade sem igual, bem bolada, com detalhes riquissimos de veacidade (?), onde a imagem condis com a verdade.
Agora afirmar que “El loco” Hugo Chaves é um revolucionário, é pura brincadeira, de que revolução ele participou, por que o uniforme de militar ditador será para impor medo? (será que é pra lembrar Hitler), qual foi mesmo a revolução?
Ou será que ele quer fazer uma revolução na nossa América do Sul, para então ficar parecido com o ditador Fidel Castro, que durante decadas mergulhou o Paraíso chamado Cuba em uma ilha, em que seu povo passa fome e seus militares comem do bom e do melhor, pois a igualdade marximiliana só existe para a classe pobre dos paises comunistas como A Linda Cuba.
By: josué on novembro 4, 2008
at 11:36 am
Desculpe me o nome da figura é LUCIMÉIA GALL, e não Jestrudes.
Abraços
By: josué on novembro 4, 2008
at 11:41 am
rsrsrs
ai gente é cada uma…eu não gostei de terem feito essa montagem com o Fivel não …:( tadinho…
mas a gente tem que ser descontrair mesmo, relax..brincadeiras de vez em quando não faz mal nenhum…
By: cah GUevara discipula do CHE on novembro 5, 2008
at 9:22 pm
Antes de vocês escreverem besteiras procure conhecer Cuba. mas, conhecer de verdade e não passar três dias e voltar de lá dizendo que conhecem a realidade cubana.
By: Renato on novembro 6, 2008
at 9:12 pm
Mais que povinho FIDIDO, tão parecendo petistas.
Porque não vão morar em Cuba ou na Venezuela, quem sabe melhorem o humor.
Adorei a charge do Eduardo e o profundo comentario filosófico da Jestrudes.
Quando eu tiver um blog, não quero esse povo lá.
By: Carolino Costa Sanches Porto on novembro 7, 2008
at 7:55 pm
ñ axei nadfa engraçado vejo que vc não conhece as tecnologias de cuba que são bem melhores que as nossa ..
vai conhece primeiro pra botar essa imagem
By: juli on dezembro 5, 2008
at 7:01 pm
ele é uma puta deveria estar num putero dando a bunda e tendo filhos.
By: sidney on março 11, 2009
at 12:43 pm
Cuba é um país socialista e3 oque querem dizer com aklas fotos é que Chavez quer fazer a mesma coisa com a venezuela.
Ele já conseguiu o mandato até o ultimo dia da vida dele.
Agora ele quer ditar na venezuela.
VAMOS IMPEDIR!!!!
By: leonardo on março 11, 2009
at 12:44 pm
E engraçado ver vcs falando e fazendo comentários idiotas sobre Hugo e Fidel castro, o mais interessante que o cara só repete o que a mídia passa pra ele fora disso são todos iguinorantes, sem saber a realmente o estes dois países vivem, todo mundo fica bravo com Hugo Chave, mas pense melhor já vão fazer por volta de 15 anos que o Brasil vem explorando os recursos deles de graça, se coloque no lugar vc gostaria de sustentar uma renca de pessoas que vem nem conhece enquanto vc se ferra para ainda poder sustentar sua família.
Bom galera antes de fazer qualquer comentário a estes homens pensem que em primeiro lugar, eles pensam em primeiro lugar em seu povo, e não é um país corrupto como o Brasil que vira as costas diante da impunidade e pior viver espalhando pro ai que quanto mais rico vc for mais atrocidades vc poderá fazer, o pro acaso vcs nunca ouviram aquele ditado no qual diz que “quem no pais da impunidade quem é rico nunca vai pra cadeia”
Melhor pensarmos primeiro no país em que vivemos e parar de ver o umbigo dos outros e começar a ver e melhor solucionar problemas em nosso país para que possamos perder tempo falando de quanto nosso país é o melhor do mundo, e não fazendo apologia a outros países que conseguem ser piores que o nosso.
By: Dener on março 25, 2009
at 9:10 am
Cara tu e doido, perque sera que os venezuelanos e cubanos querem tanto ir embora dos seus paises,sera que e porque eles são bem governados e asisistidos pelos seus governantes.
By: Naldo on abril 4, 2010
at 11:58 am
Tudo bem pessoal. Na ilha do Sr. Fidel, que ninguem mais tem capacidade de governar, exceto ele e seus familiares, tem educação, saúde, etc…
Entretanto, são poucos lugares no mundo que as pessoas tentam fugir de bote para ganhar a liberdade. Fico me perguntando o que é mais importante: acesso à saúde, educação ou liberdade. POis bem “companheiros”não trocaria a minha liberdade de expressão e de exercer minha cidadania, ainda que junto com direitas e esquerdas por nada desse mundo. Acho que as pessoas que defendem estes ditadores só enxergam o fim e esquecem os meios. Pobres ignorantes vítima de marqueteiros de primeira grandeza que vendem sonhos que nem cubanos compram mais.
Liberdade.
By: Andre Pereira Pinto on abril 13, 2009
at 11:31 pm
Vixi!!!! Mas q monte de abobrinha!
Deviam pegar todos eses comentarios e vender e mandar o tutu pro Chaves… isso isso isso…
e El Coma Andante q se fueda!.
By: jereba on maio 3, 2009
at 6:15 pm
Defenda-se da esquedopatia e da esquerdofrenia na sala de aula, no trabalho ou numa casinha de sapê. Quando vierem com aquela conversa mole de que o socialismo produz igualdade e bem-estar social e de que Cuba é o paraíso do povo oprimido desde a Revolução de 1959, não se deixe seduzir por esse embuste. Se lhe disserem que na ilha o sistema de saúde e de educação são modelos para o mundo, exiba o artigo publicado abaixo. Guarde-o na carteira e faça as seguintes perguntas ao embusteiro que quer enganar você :
Quanto ganha um médico em Cuba?
Quanto ganha um professor?
Quantos cubanos têm acesso à internet?
Qual a cota mensal de alimentos a que um cubano tem direito?
Por que, em Cuba, não se pode criticar o governo?
Quem, em Cuba, tem acesso aos melhores recursos médicos?
Se o embusteiro gaguejar ou inventar, diga-lhe: ” Vai de retro, enganador!” “Vai de retro, ignorante!”
LEIA O ARTIGO ABAIXO! É, AO MESMO TEMPO, REVELADOR E UMA VACINA CONTRA A ESQERDOFRENIA E A ESQUERDOPATIA.
Domingo, Agosto 31, 2008
Demétrio Magnoli,Fragmentos de socialismo
Cuba – A crítica não está só nos novos blogs, mas nas ruas; em Cuba diz-se que há os ‘comuns’, sem privilégios, e os ‘hijos de papá’, ligados ao partido
Demétrio Magnoli*
Do topo dos 33 andares do edifício Focsa, o mais alto da cidade, que serviu nos anos gloriosos de residência de trânsito para os soviéticos, sob o jato de um sol aplastante, a paisagem desvenda os quatro tempos de Havana. A leste, além das antigas fachadas imponentes do Malecón, estende-se Havana Velha, o núcleo colonial, circundado pela baía em meia lua e vigiado pelas fortalezas espanholas. Ao redor, bem abaixo, divisa-se o plano ortogonal do Vedado, o bairro de mansões ocupado desde meados do século 19 por uma elite que se separava fisicamente dos pobres. A oeste, espraia-se Miramar, o “novo Vedado” da década de 20 do século passado, cujas mansões abrigam agora as embaixadas e os hotéis de praia. Entre o núcleo colonial e o Vedado, a partir do grande bulevar do Prado, está incrustada Havana Central, a larga seqüência de quarteirões erguidos no início do século 19. De longe, é como se essa faixa intermediária da cidade tivesse sido extensamente bombardeada. Nas suas habitações arruinadas, vivem quase todos os “cubanos comuns” de Havana que escaparam de uma transferência compulsória para os conjuntos habitacionais dos arcos periféricos.
“Cubanos comuns”, ou “cubanos a pé”, são expressões que se ouvem vezes sem conta nas ruas de Havana. É assim que as pessoas destituídas de privilégios descrevem a si próprias. Os demais são os “hijos de papá”, uma categoria que abrange todos os que, em virtude de relações especiais próximas ou distantes com o partido único, têm acesso regular e legal ao CUC. Peso cubano convertible, CUC, é o pote de ouro no fim do arco-íris. A caça ao CUC converteu-se no esporte nacional cubano. Tê-los significa um pouco de cidadania, expressa sob as formas de sabonete, desodorante, perfume, tênis, carne de vaca, gasolina, um celular “pai-de-santo”, a oportunidade fugaz de navegar na internet. Não tê-los significa vegetar no limbo do peso cubano, a moeda oficial regular, que é a moeda de mentira.
Juan e Clara, como os batizo agora, abordaram-me numa rua da zona limítrofe entre Havana Velha e Havana Central. Conversamos, caminhando rápido, transgredindo a regra que proíbe “cubanos comuns” de interagir com estrangeiros. Minutos depois, dois rapazes de azul, policiais adolescentes com salários bem superiores aos de médicos, restabeleceram a ordem. O casal de cubanos teve que apresentar documentos e Juan foi convidado a acompanhá-los à delegacia próxima. Fui junto, apresentei-me como um amigo de anos, inscreveram nossos nomes num livro velho de ocorrências. Democracias administram as coisas. Ditaduras totalitárias só administram os espíritos. Havana Central verga sob a sujeira e um odor entranhado de urina.
Solís é professora primária e dá aulas particulares – ilegalmente. É essa sua forma de acesso precário ao CUC. O CUC vale cerca de 20% mais que o dólar e funciona como ponte entre Cuba e a economia internacional. A presença da moeda almejada aumenta com o crescimento do turismo e das remessas de cubano-americanos para seus familiares na ilha. Um CUC vale 24 pesos cubanos, a moeda interna, desprezada. Um professor primário ganha algo em torno de 15 CUCs mensais. Um médico, cerca de 20. Tudo que ultrapassa o limite estrito da sobrevivência é vendido apenas em pesos convertibles. Na África do Sul da minoria branca, o sistema do apartheid separava as pessoas segundo a “raça”. Na Cuba do desmantelamento do socialismo real, estabeleceu-se um apartheid monetário.
A palavra apartheid chegou às ruas de Havana. Talvez tenha sido difundida pelos corajosos blogueiros que desenham pátios virtuais de debates num país acostumado há meio século a ouvir apenas as vozes de Fidel Castro e seus bonecos de ventríloquo do partido comunista. O portal desdecuba.com abriga a revista web Contodos e uma série de blogs pessoais, dos editores da revista, que residem na ilha e se apresentam com seus nomes próprios. Entre eles, a blogueira célebre é Yoani Sánchez, que ganhou o prêmio espanhol Ortega y Gasset de jornalismo digital mas foi impedida de viajar para recebê-lo.
Fidel Castro, pela primeira vez na história, referiu-se a um dissidente ao acusar Yoani, no prefácio de um livro, de “jogar água no moinho do imperialismo”. Uma resposta desmoralizante saiu no blog do jornalista Reinaldo Escobar, da equipe da Contodos. Ele escreveu: “A responsabilidade que implica receber um prêmio nunca será comparável à de outorgá-lo e Yoani, ao menos, nunca colocou uma condecoração no peito de nenhum corrupto, traidor, ditador ou assassino”. E concluiu: “Faço esse esclarecimento porque recordo perfeitamente que foi o autor dessas reprimendas quem colocou (ou mandou colocar) a Ordem de José Martí nas mais nefastas e imerecedoras figuras possíveis: Leonid Ilich Brejnev, Nicolae Ceausescu, Todor Jukov, Gustav Husak, Janos Kadar, Mengistu Haile Mariam, Robert Mugabe, Heng Samrin, Erich Honecker e outros que esqueci”.
A crítica não está apenas nos novos blogs, mas nas ruas, nas conversas cotidianas, e naquilo que dizem os cubanos que, por força da função, estão autorizados a falar com estrangeiros. A reforma da previdência, anunciada numa primeira página de uma edição de julho do Granma, o jornal do partido único, elevará a idade de aposentadoria. Na justificativa oficial, Cuba acompanha as tendências mundiais, que decorrem da dinâmica de envelhecimento da população. “Passamos décadas dizendo que não reproduziríamos as reformas previdenciárias dos outros países. Agora, fazemos exatamente isso. É como tudo mais: perdemos meio século falando mal dos outros e ficamos para trás. Aqui não se produz nada, só se fala.” O motorista de táxi, que batizo Pérez, opera nos circuitos de hotéis e tem algum acesso ao CUC. Não é, nem de longe, um dissidente. Mas ele aponta os campos abandonados do interior, onde se cultivava cana antes do colapso da indústria açucareira cubana, e ironiza a “reforma agrária” anunciada junto com as mudanças na previdência. “As pessoas se mudaram para as cidades. Raúl Castro imagina que alguém voltará para o campo para cultivar as terras ociosas, onde não há nem luz elétrica?”
“Cuba é o país da propina.” A definição, do guia Rodolfo, outro nome fictício, não tem nenhuma intenção crítica. Rodolfo conduz passeios de jet-ski na laguna de Varadero e tudo que quer é a gorjeta do grupo de turistas ao final do passeio, na hora em que, literalmente, ele passa o boné. A “propina” é a renda verdadeira, em pesos convertibles, de todos os que trabalham num setor turístico em plena expansão. Engenheiros, historiadores, enfermeiras, psicólogas, professores – todos que podem trocam suas profissões por um lugar qualquer, de motorista, guia ou camareira, no almejado setor turístico. Mas não basta querer: é preciso ter contatos. A conquista de um emprego na esfera do CUC depende de indicações políticas diretas ou indiretas, não de qualificações. O preço real de todos os serviços nessa esfera abrange a onipresente e quase inevitável propina.
Os cubanos ganham a vida depois do trabalho ou nos interstícios do trabalho. É a hora da propina, do bico ilegal em pesos convertibles, do desvio de charutos para o mercado clandestino das ruas. O trabalho não tem valor. Estudar não alarga horizontes. São essas as lições ensinadas todos os dias pela economia política da crise do socialismo.
Rodolfo, como tantos guias, ecoa ritualmente, por costume e inércia, fragmentos de uma cínica propaganda oficial. “Vocês não verão crianças descalças em Cuba.” Não as há, de fato, mas o subsídio governamental ao calçado infantil acabou para sempre há 18 anos. As crianças não andam descalças pois seus pais gastam o que não têm para calçá-las. Tênis e sapatos custam parcela maior dos salários do “cubano comum” que de um brasileiro pobre. “Aqui em Cuba, a escola é obrigatória. Nenhum pai pode deixar seu filho fora da escola.” No Brasil é igual, retruco, para espanto genuíno de Rodolfo, que “aprendeu” na cartilha midiática do regime que fora de Cuba imperam o analfabetismo, a miséria e a fome. “Todos têm acesso a hospitais e médicos gratuitos em Cuba.” Depois da declamação habitual, vêm os detalhes. Os serviços de excelência não são para “cubanos comuns”, mas para estrangeiros e para os círculos da burocracia comunista. A saúde popular cubana é um SUS em miniatura, com sua litania de equipamentos obsoletos, carência de leitos e filas intermináveis para consultas e operações. O agravante recente é a carência de médicos, que saem em missões de política externa na Venezuela e na Nicarágua. “Mas não podemos reclamar, pois é tudo de graça…” No Brasil, reclamamos.
Num país que criminaliza o intercâmbio de informação, proliferam os mitos conspiratórios. Camilo Cienfuegos, camarada de Fidel na Sierra Maestra, morreu num misterioso acidente aéreo em outubro de 1959, quando retornava de Camaguey, onde cumpriu a dolorosa missão de prender seu amigo revolucionário Hubert Matos, o comandante rebelde acusado de traição. Os destroços do avião jamais foram encontrados. A versão de que Fidel tramou a morte de Camilo, apenas uma hipótese histórica, circula como verdade indiscutível entre os “cubanos comuns”. Camilo é como quer ser chamado um estudante da Universidade de Havana que me convidou a pagar-lhe um “trago do Che” e, prudentemente, indicou o caminho do bar caminhando meia quadra à frente. Diante da curiosa mistura de cuba libre, mel e hortelã que serviria para amenizar a asma, ele identificou no episódio o início da degeneração dos castristas. “Aqui, todos trabalhamos compulsoriamente para Fidel.”
Nem tudo é ingenuidade. Encontra-se, entre os “cubanos comuns’, uma intuição política aguçada, que se manifesta especialmente quando se abordam as relações com os EUA. O bloqueio econômico americano funciona como álibi ideal para a ditadura dos Castros, explicam-me em encontros separados Camilo, Juan e Clara. O levantamento do bloqueio cancelaria o núcleo da argumentação governamental. Barack Obama fará isso? – indaga-me Camilo.
Internet, em Cuba, só em hotéis e lan houses. Uma hora custa seis CUCs. A imensa maioria dos cubanos nunca navegou na rede e poucos sabem da existência dos blogueiros independentes. Todos sabem da história de Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, narrada de acordo com a versão do regime, pelo Granma, junto com uma profusão de elogios ao governo brasileiro, que os capturou e deportou. “Lula é amigo de Fidel”, explicam os “cubanos comuns”, que continuam a enxergar os boxeadores como heróis nacionais e não escondem o desprezo pelo ato de covardia de Tarso Genro e Lula. O que eles não sabem, pois o Granma não informou, é que Lara fugiu de Cuba há semanas, numa lancha rápida contratada por promotores esportivos alemães.
Sair de Cuba pode ser uma aventura mesmo para turistas. Há um novo golpe na praça, aplicado pelos oficiais de imigração, preferencialmente contra idosos, no aeroporto José Martí. Um funcionário que verifica documentos subtrai o visto de entrada. O funcionário seguinte requisita o visto, constata o seu “extravio” e anuncia que, nessas condições, “é impossível sair de Cuba”. Seguem-se visitas estéreis a oficiais fardados e sugestões para que a vítima “procure melhor” o papelucho amarelo na carteira, onde repousa um tesouro em euros ou dólares. A tensão é mantida até depois da última chamada para embarque. Se o turista não entender a mensagem, o visto sumido acaba reaparecendo. Ninguém quer provocar incidentes diplomáticos. Cuba é só o país da “propina”.
*Demétrio Magnoli, sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP, é autor de História da Paz (Contexto) e Terror Global (Publifolha)
By: Kleo on maio 4, 2009
at 9:34 pm
Hola voy a hablarte en espanol porque entendi perfectamente lo que escribiste de mi pais. Estoy totalmente deacuerdo contigo. De que vale todo eso cuando un pueblo muere de hambre y fde falta de libertad? Se perfectamente de lo que hablo, vivi en esa isla durante 26 anos. Esa revolucion fue buena los primeros 5 anos luego la decadencia y la ignorancia y la falta de sentido comun se apodero de las almas en ese pais. Es muy dificil tener toto el tiempo la sensacion de estar vigilado. La sensacion de un futuro incierto, por eso los jovenes en esa isla han perdido los ideales las formas de educacion
Que alguien me diga si un titulo universitario se puede comer cuando ya el dia 15 de cada mes no tienes dinero para comprar tus gustos. De que vale todo eso?
Solo un cubano puede entender lo que en esa isla pasa.
By: cubano on dezembro 4, 2009
at 1:37 am
O que eu percebo nos esquerdistas é que eles encaram o socialismo como religião, viram fanáticos, tipo aqueles evangélicos da Universal que acham que Edir Macedo sempre está certo. Eles são manipulados e dizem que os outros que pensam diferente é que são manipulados. Sejam esquerdistas, meus amigos, mas não pensem que seus líderes sejam santos porque não o são. Há muita manipulação ideológica na esquerda, hipocrisia e falta de moral. Eu sou esquerdista, já fui defensor árduo de Fidel, mas um dia parei para pensar e vi que estava cego pelo fanatismo político, pois achava que os líderes esquerdistas eram infalíveis. Isso não existe, só ingênuo crê nisso. Pode um cara governar um país por cerca de 50 anos? Só um louco para achar que isso é normal. No caso da medicina cubana que foi comentado aqui é uma medicina que vive no tempo das cavernas, pois faltam equipamentos sofisticados no sistema de saúde cubano. E medicina hoje não é eficiente sem tecnologia. Só um tolo para crer que a medicina cubana é avançada. Como Cuba é um país fechado, não se sabe nada sobre sua medicina a não ser a propaganda mentirosa do governo. E num regime ditatorial é mais fácil manipular um fato que num regime democrático. Num regime democrático há vários canais de informação que chegam à pessoa. Por exemplo, se a Globo distorce um fato no Jornal Nacional(para citar um lugar comum), você vai ver versões deste fato em outras fontes, pois temos acesso a várias fontes de informação. Há pouco tempo a Record acusou o Ibope de manipular os dados de audiência em favor da Globo. Mas se isso acontece então por que a Record se baseia nos dados do Ibope para cancelar programas de pouca audiência? E voltando às fontes de informação que citei, pelo que eu sei há várias entidades semelhantes ao Ibope que fornecem dados estatísticos. E os resultados são semelhantes ao do Ibope. Isto é comum mesmo nas eleições em que várias empresas de pesquisa independentes fornecem resultados eleitorais semelhantes. Cito a Datafolha e o Ibope, por exemplo, para comparar. Há muita regularidade na convergência de seus resultados. Evidentemente que erros podem ocorrer como já ocorreram. Mas cientificamente é possível considerando a margem de erro matemática e psicológica, pois estatística não é uma ciência exata, embora provenha da matemática. Dependendo do contexto, a psicologia individual e/ou coletiva pode influenciar no resultado. E numa pesquisa o contexto sócio-econômico é importante para analisar a realidade e lançar os dados estatísticos corretos.
By: Juarez on dezembro 6, 2009
at 2:15 am
chocante eu acho que isso foi de enstremo mal gosto por que nem um home gostaria de se achamado de mulher
By: adina on janeiro 26, 2010
at 6:53 pm